Amôre
 O amôre, graça de mau gosto,
 muitas vezes na boca, sempre no sentimento,
 veio, trota trotando, ter comigo.
 
 Trazia a língua de fora, tropeçava nela,
 fazia-se cansado, era apenas piegas.
 
 Porque volta a bestiúncula
 a rondar-me o terreiro?
 
 É camaradagem
 ou aragem da cama?
 
 Desapossados é que estamos livres para caminhar.
 
 Alexandre O'Neill, O Amôre
 
 ( Arre amôre, arre... antes que me dês um coiçe!)