quinta-feira, setembro 29, 2005

Manifesto contra as paralelas!



olhos de ver

terça-feira, setembro 27, 2005

Efeméride 3 e o olhar extenuante

Ver tudo a 300 mil quilómetros por segundo.

Efeméride 2 e ciência centenária

«A inércia de um corpo depende do seu conteúdo energético?»

Albert Einstein, 27 de Setembro de 1905

Efeméride: modelo de relatividade em grande fórmula física


(foto por RC, com garatujos pela autora do blog)
olhos de ver

segunda-feira, setembro 26, 2005

Há tempo, distante, correndo a planura.
Não sobe. Não desce.
Não bebe. Não dorme. Não chora.

Ai da barquinha se ela quebra.

E, ainda assim, é só um pequeno ventre a galope na lonjura.
Não mingua. Não cresce.
Não avisa. Não soa. Não vai embora.

Mas, ai da barquinha que se quebra.

Cedro



olhos de ver

domingo, setembro 25, 2005

Temos pudor
de dizer amor
Então, corrompemos
Conseguimos dizer amantes
Ou ainda coração, com a boca fria

Dos castanhos sossegos



olhos de ver

quinta-feira, setembro 22, 2005

Podemos ficar com ele. Mas, olha que tudo o que é pequenino cresce...

Uma paixinha que fazia Ão! E outras tolices...

Fazia-me bem um pouco mais de ensaio na vida



olhos de ver

Cuidado com o Blog

As vidas de um gato. E a fidelidade de um cão. A dona é que não é de fiar.

sábado, setembro 17, 2005

Cinema Paradiso



E, ao fim de cem dias, abandonou mesmo a janela.

Mais ciência para o corpo...

Solução

Diluente.

Cabo



olhos de ver

sexta-feira, setembro 16, 2005

O terno ofício

Já há alguns dias que, com o passo apertado em direcção à estação de comboios, me vejo obrigada a dar a volta larga. Circundo então a poeira e o ramerrão das máquinas, com o atalho travado pelo homem que afaga a calçada.
Mesmo na pressa que me leva o tempo que tomo contado, sem olhos para pedras do caminho, não consigo deixar de me comover a cada vez com a alternativa semântica deste ofício de carinho.

Du auch

quinta-feira, setembro 15, 2005

As paredes

Absolviam sempre. Mas já se confessavam, por seu turno, agastadas com tanta reincidência!!

Das ist ein no budget kunstwerk.



olhos de ver

segunda-feira, setembro 12, 2005

Afinal

Falar só tornou-se um passa tempo.
Mas, prefiro as palavras cruzadas.

Alguma ciência para o corpo

Vácuo

Cair sem som.


Sublimação


Saltar estados, negar-se liquidez.


Fusão

Absorver calor.


Redox

Respirar e envelhecer.

Anjo reconstituído



olhos de ver

quarta-feira, setembro 07, 2005

Pretextos para fugir da ficção

Este espaço encontra-se temporariamente suspenso. Porque falta-nos o tempo.

«Cria-se da angústia uma cadeira para assistir à noite»
Jorge de Sena, Nocturnos


«Experimento um grito
Contra o teu silêncio

Experimento um silêncio»

Alexandre O’Neill, Pretextos para fugir do real

Estação terminal



olhos de ver

Em Novilíngua,

... diz-se abdiquerer.

Uma crónica limpa



olhos de ver

segunda-feira, setembro 05, 2005

Optimista musical: too good to be true

Não conseguir evitar trautear sempre The Supremes quando alguém cantarola Damien Rice.

Perder a face



olhos de ver

sábado, setembro 03, 2005

Uma nota sobre Pedro

Depois de muitos anos é, afinal, possível encontramo-nos nos mesmos lugares, mas não as mesmas pessoas.

Uma nota sobre Natacha

A menina que eu queria ser, sempre, por capricho.

Uma nota sobre Werther

Chegou o Outono. As nuvens descem mansas, e o céu, a um palmo apenas, ameaça calcar-nos os corações.

São os teus olhos, meu caro, são os teus olhos…

Uma nota sobre Carlota

Nunca tocada, tão pura, que é mesmo muito fácil esquecermos-lhe o nome, ainda que Werther não o faça.

Uma nota sobre Dorian Gray

Tive tempo de fazer o teu retrato. Está perfeito. Julgo que não há nele uma única ruga. Pode manter-se assim para sempre, espero.

Uma nota sobre Sybil Vane

Quando a nossa vida consegue finalmente reunir um grande número de elementos de ficção acabados, deixamos de poder representar e tornamo-nos maçadores. Inevitavelmente, o autor elimina-nos da história.

Felicidade para uma roda só



olhos de ver

sexta-feira, setembro 02, 2005

Quarentena...

de andar por aí com cara-de-adeus, a dizer olá a coisas e pessoas.

Balão



olhos de ver

Baudelaire que nos fala

L'Invitation au Voyage

Mon enfant, ma soeur,
Songe à la douceur
D’aller là-bas vivre ensemble!

Aimer à loisir,
Aimer et mourir
Au pays qui te ressemble!
Les soleils mouillés
Des ces ciels brouillés
Pour mon esprit ont les charmes
Si mystérieux
De tes traîtres yeux
Brillant à travers leurs larmes.

Là, tous n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.

Des meubles luisants,
Polis par les ans,
Décoreraient notre chambre;
Les plus rares fleurs
Mêlant leurs odeurs
Aux vagues senteurs de l’ambre,
Les riches plafonds,
Les miroirs profonds,
La splendeur orientale,
Tout y parlerait
A l’âme en secret
Sa douce langue natale.

Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.

Vois sur ces canaux
Dormir ces vaisseaux
Dont l’humeur est vagabonde;
C’est pour assouvir
Ton moindre désir
Qu’ils viennent au bout du monde.
- Les soleils couchants
Revêtent les champs,
Les canaux, la ville entière,
D’hyacinthe et d’or;
Le monde s’endort
Dans une chaude lumière,

Là, tout n’est qu’ordre et beauté,
Luxe, calme et volupté.

Charles Baudelaire, L'Invitation au Voyage

Baudelaire a R.

Chant d’Automne

Bientôt nous plongerons dans les froids ténèbres ;
Adieu, vive la clarté de nos étés trop courts!
J’entends déjà tomber avec des chocs funèbres
Le bois retentissant sur le pavé des cours.

Tout l’hiver va rentrer dans mon être : colère,
Haine, frissons, horreur, labeur dur et forcé,
Et, comme le soleil dans sons enfer polaire,
Mon cœur ne sera plus qu’un bloc rouge et glacé.

J’écoute en frémissant chaque bûche qui tombe;
L’échafaud qu’on bâtit n’a pas d’écho plus sourd.
Mon esprit est pareil à la tour qui succombe
Sous les coups du bélier infatigable et lourd.

Il me semble, bercé par ce choque monotone,
Qu’on cloue en grande hâte un cercueil quelque part.
Pour qui ? – C’était hier l’été ; voici l’automne!
Ce bruit mystérieux sonne comme un départ.


Charles Baudelaire, Chant d'Automne

Espiar



olhos de ver

quinta-feira, setembro 01, 2005

Trainspotting contra o sedentarismo

Repara que lá ao fundo as paralelas estão unidas, alertava-me um adepto sobre a modalidade que me convém.
Arranjou companhia. Pratico o paradoxo.

We...



olhos de ver


We Walk. We climb. We jump. We break. We enter. We drift. We discover. We scratch. We paint. We mark. We eat. We drink. We smoke. We feast. We puke. We trash. We play. We kiss. We fuck. We talk. We scream. We fight. We steal. We descend. We burn. We leave. We run. We fall. We walk. We lick our wounds. We count our scars. We laugh.

Longa exposição

Que não devo mexer-me.