quarta-feira, agosto 31, 2005
segunda-feira, agosto 29, 2005
sexta-feira, agosto 26, 2005
Lektion 4: Praktische
Kurfürstendamm single zimmer
Impaciente, podia lá esperar pelo Outono. Vim buscá-lo.
Impaciente, podia lá esperar pelo Outono. Vim buscá-lo.
segunda-feira, agosto 22, 2005
Lektion 3: Berlin verbrennt!!
Ich lasse meine Dinge einpacken.
Ich rufe nicht Du. Ich würde nicht herausfordern...
Ich verpasse Du und ich verpasse Ihre Stille
Ich rufe nicht Du. Ich würde nicht herausfordern...
Ich verpasse Du und ich verpasse Ihre Stille
domingo, agosto 21, 2005
domingo, agosto 14, 2005
Táxi!!
Out and about...
Até ao meu regresso, interlúdio...
(lá em cima à direita, pela primeira vez, uma moda)
Até ao meu regresso, interlúdio...
(lá em cima à direita, pela primeira vez, uma moda)
sábado, agosto 13, 2005
quinta-feira, agosto 11, 2005
Escrituras
Naquele tempo, entretinha-se na exegése tola dos silêncios, que - supunha - tinham carga testamentária, de uma verdade revelada.
No princípio, era o inefável. E, no fim, também. Agora que sabia, não conseguiria contá-lo.
No princípio, era o inefável. E, no fim, também. Agora que sabia, não conseguiria contá-lo.
terça-feira, agosto 09, 2005
A roupa dos outros não serve
Porque há um amigo que me fala dos amores em saldos mesmo antes do final da estação.
No fundo, diz-me, cinicamente, que é como ter demasiado alta a chama do isqueiro para um cigarro breve – que corremos o risco de queimar os pêlos do nariz… Sem mais.
Aceito a metáfora, mas não a visto, que me parece demasiado estreita junto ao peito e demasiado folgada logo abaixo da cintura.
Que – interpela-me outro, sem que tenha tempo de sair do provador - «devias experimentar este amor-album-de-fotografias». É daqueles de folhear recordações doces, que já não fantasmagorizam.
Eu olho para elas, acho-as insípidas, e aconselho-o com gentileza – por favor – a queimá-las com o cigarro do outro. Sempre será mais feliz.
São trapos demasiado leves, que nada podem contra as descuidadas alfinetadas e se costuram a retalhos todos iguais.
Os mais atentos, sempre severos, falam-me em fardar uma carapaça e cerrar o cenho – que há cortes bem piores, outros combates, trajes de luto.
Eu, que não sou de lutas, era lá capaz… Nem caqui, nem insígnias, tatuagens, ou feridas de guerra. Envelhecem-me o porte e ataviam-me os passos.
Tu falas-me em longos silêncios ensimesmados, que não podem, ordem capital, ser importunados com palavras. Que há coisas que não devem ser ditas, como o vestido domingueiro que não se usa – para não estragar!
Eu, que não suporto a ideia de ter algo por estrear, prefiro que me apontem na rua quando andar nua com o meu amor, a ter-te a vida toda no fundo de um guarda-fatos, por mais precioso que seja.
No fundo, diz-me, cinicamente, que é como ter demasiado alta a chama do isqueiro para um cigarro breve – que corremos o risco de queimar os pêlos do nariz… Sem mais.
Aceito a metáfora, mas não a visto, que me parece demasiado estreita junto ao peito e demasiado folgada logo abaixo da cintura.
Que – interpela-me outro, sem que tenha tempo de sair do provador - «devias experimentar este amor-album-de-fotografias». É daqueles de folhear recordações doces, que já não fantasmagorizam.
Eu olho para elas, acho-as insípidas, e aconselho-o com gentileza – por favor – a queimá-las com o cigarro do outro. Sempre será mais feliz.
São trapos demasiado leves, que nada podem contra as descuidadas alfinetadas e se costuram a retalhos todos iguais.
Os mais atentos, sempre severos, falam-me em fardar uma carapaça e cerrar o cenho – que há cortes bem piores, outros combates, trajes de luto.
Eu, que não sou de lutas, era lá capaz… Nem caqui, nem insígnias, tatuagens, ou feridas de guerra. Envelhecem-me o porte e ataviam-me os passos.
Tu falas-me em longos silêncios ensimesmados, que não podem, ordem capital, ser importunados com palavras. Que há coisas que não devem ser ditas, como o vestido domingueiro que não se usa – para não estragar!
Eu, que não suporto a ideia de ter algo por estrear, prefiro que me apontem na rua quando andar nua com o meu amor, a ter-te a vida toda no fundo de um guarda-fatos, por mais precioso que seja.
segunda-feira, agosto 08, 2005
Pensamento mágico e high-tech
Chama-se mimetismo de última geração: um telemóvel que morre de desgosto quando terminamos a chamada depois de dizer um adeus sem prazo de validade.
A partir de agora, apenas palavras felizes de um ao outro lado da linha.
A partir de agora, apenas palavras felizes de um ao outro lado da linha.
domingo, agosto 07, 2005
Do conhecimento de Werther II
«Mas não somos senhores do nosso génio – disse a mulher do pastor -, quando ele depende do nosso corpo! É-se triste por temperamento, e quando se sofre, nada nos agrada, está-se mal em toda a parte.
Então tratemos o mau humor – continuei eu – como uma doença, e perguntemos se não há meio de cura.
Sim – disse Carlota. – Creio que por nossa parte temos nisso grande poder. Sei-o por experiência. Se qualquer coisa me aflige e me sinto entristecida, corro ao jardim, e mal tenho cantado duas ou três modas de dança a passear, tudo se dissipa».
Goethe, J. W., Werther
Então tratemos o mau humor – continuei eu – como uma doença, e perguntemos se não há meio de cura.
Sim – disse Carlota. – Creio que por nossa parte temos nisso grande poder. Sei-o por experiência. Se qualquer coisa me aflige e me sinto entristecida, corro ao jardim, e mal tenho cantado duas ou três modas de dança a passear, tudo se dissipa».
Goethe, J. W., Werther
sábado, agosto 06, 2005
sexta-feira, agosto 05, 2005
Do conhecimento de Werther
«Caro Whilelm, reflecti no desejo do homem se expandir, de fazer novas descobertas, de errar por aqui e por ali, e também sobre esse íntimo pendor de se restringir voluntariamente, de se limitar, de seguir o ramerrão do hábito, sem mais se preocupar com o que fica à direita e à esquerda».
Goethe, J. W. , Werther
Goethe, J. W. , Werther
quinta-feira, agosto 04, 2005
Barulho
Lá ao fundo, a noite a arder
Há quem assim abra clareiras
de um fósforo, porque quer
E tu tens lume?
Aqui mesmo
Na copa das árvores que assombram quando o vento é forte
- hoje só sussurram –
as corujas ensaiam voos picados
São três
apanham ratos
E tu percorres a noite sem bulício?
Lá em baixo, as automotoras
Também não fazem silêncio.
Abafam latidos
Atrelam cargas
E a esta hora os passageiros, se os houver, são clandestinos
De resto, os maquinistas, julgando-se sós, decerto também assobiam
E tu continuas furtivo a escutar os ruídos?
Eu, junto à janela
Rodo a pedra do isqueiro
E espero que o barulho te acorde.
Há quem assim abra clareiras
de um fósforo, porque quer
E tu tens lume?
Aqui mesmo
Na copa das árvores que assombram quando o vento é forte
- hoje só sussurram –
as corujas ensaiam voos picados
São três
apanham ratos
E tu percorres a noite sem bulício?
Lá em baixo, as automotoras
Também não fazem silêncio.
Abafam latidos
Atrelam cargas
E a esta hora os passageiros, se os houver, são clandestinos
De resto, os maquinistas, julgando-se sós, decerto também assobiam
E tu continuas furtivo a escutar os ruídos?
Eu, junto à janela
Rodo a pedra do isqueiro
E espero que o barulho te acorde.