Barulho
Lá ao fundo, a noite a arder
Há quem assim abra clareiras
de um fósforo, porque quer
E tu tens lume?
Aqui mesmo
Na copa das árvores que assombram quando o vento é forte
- hoje só sussurram –
as corujas ensaiam voos picados
São três
apanham ratos
E tu percorres a noite sem bulício?
Lá em baixo, as automotoras
Também não fazem silêncio.
Abafam latidos
Atrelam cargas
E a esta hora os passageiros, se os houver, são clandestinos
De resto, os maquinistas, julgando-se sós, decerto também assobiam
E tu continuas furtivo a escutar os ruídos?
Eu, junto à janela
Rodo a pedra do isqueiro
E espero que o barulho te acorde.
Há quem assim abra clareiras
de um fósforo, porque quer
E tu tens lume?
Aqui mesmo
Na copa das árvores que assombram quando o vento é forte
- hoje só sussurram –
as corujas ensaiam voos picados
São três
apanham ratos
E tu percorres a noite sem bulício?
Lá em baixo, as automotoras
Também não fazem silêncio.
Abafam latidos
Atrelam cargas
E a esta hora os passageiros, se os houver, são clandestinos
De resto, os maquinistas, julgando-se sós, decerto também assobiam
E tu continuas furtivo a escutar os ruídos?
Eu, junto à janela
Rodo a pedra do isqueiro
E espero que o barulho te acorde.
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