Post temperamental
É preciso arrasarmo-nos para nos erguermos de novo. De caminho, extirpamos o órgão absurdo, que por ora não se pronuncia e sobre o qual insana e frequentemente versejamos, que mais não faz que bombear tolices… Ás malvas com ele! Fora.
Também não precisamos da ingenuidade – santa – que justamente deixamos a quem a recebe direitinha dos cânones. Comam a carne e roam os ossinhos, relíquias sem comprador…
Da cabeça, fora todas as funções automáticas! A partir de agora, navegamos em modo manual, para jogar pelo seguro. Saem as peças sobressalentes. Fazem peso para o caminho. Se estragar, chocar, não faz mal, vamos todos para o hospital, monsieur le chauffeur, s’il vous plait… ponha o pé no acelerador.
Também não queremos: adornos. Olhos profundos e caras de porcelana têm pó e não saem da prateleira. Não foram feitos para brincar. Lixo! Gozam as bárbaras bonecas. São um plástico feliz e, na hora de descartar, sempre mais convenientes. Não choram, não chateiam. O sorriso estampado na face não se desfaz nem à lei da bala. São óptimas, elas. E só não estampamos um também por falta de feitio, de bom grado andaríamos de rosto arreganhado manhã-à-noite se isso não nos obrigasse a trabalhos.
A saber: queremos um rosto dissuasor. Duro e capaz de gerar um perímetro confortável de várias dezenas de metros que nos socorra de investidas meigas, conversas mansas, convergências bem intencionadas de jovens, adultos, solteiros, casados, trolhas, bombeiros e diplomados, todos à procura de uma eventual amizade, sem compromisso, relacionamento sério. Irra! Leve-os o diabo!
Dispensamos bem: vocabulário excessivo! Poupamos palavras, pensamento inúteis e demasiado complexos, quem sabe livramo-nos deste insistente hábito da poesia. É perfeitamente possível viver com poucas palavras, o básico. De resto, podemos acenar sempre convictamente perante o interlocutor, em jeito de assentimento. Se concordamos, não há que discutir depois ou pedir justificações. Já disse que sim, que raio, que muitas outras coisas, leva tudo o que tu quiseres! Eu não cedo nem mais um vocábulo. Além disso, os seres palavrosos hão-de agradecer os espaços vagos para se apalavrarem, comprometerem até às estopinhas, e negarem tudo a seguir. Faça favor de tomar a palavra! Eu faço pouco uso e, assim como assim, a si faz-lhe mais falta.
Rejeitamos totalmente manias de: ser feliz, ser saudável, ter projecto.
Faça o favor de seguir. Já não há aqui nada para ver. Foi um choque. Não, meus senhores, não foi só chapa… É andar, é andar...
Também não precisamos da ingenuidade – santa – que justamente deixamos a quem a recebe direitinha dos cânones. Comam a carne e roam os ossinhos, relíquias sem comprador…
Da cabeça, fora todas as funções automáticas! A partir de agora, navegamos em modo manual, para jogar pelo seguro. Saem as peças sobressalentes. Fazem peso para o caminho. Se estragar, chocar, não faz mal, vamos todos para o hospital, monsieur le chauffeur, s’il vous plait… ponha o pé no acelerador.
Também não queremos: adornos. Olhos profundos e caras de porcelana têm pó e não saem da prateleira. Não foram feitos para brincar. Lixo! Gozam as bárbaras bonecas. São um plástico feliz e, na hora de descartar, sempre mais convenientes. Não choram, não chateiam. O sorriso estampado na face não se desfaz nem à lei da bala. São óptimas, elas. E só não estampamos um também por falta de feitio, de bom grado andaríamos de rosto arreganhado manhã-à-noite se isso não nos obrigasse a trabalhos.
A saber: queremos um rosto dissuasor. Duro e capaz de gerar um perímetro confortável de várias dezenas de metros que nos socorra de investidas meigas, conversas mansas, convergências bem intencionadas de jovens, adultos, solteiros, casados, trolhas, bombeiros e diplomados, todos à procura de uma eventual amizade, sem compromisso, relacionamento sério. Irra! Leve-os o diabo!
Dispensamos bem: vocabulário excessivo! Poupamos palavras, pensamento inúteis e demasiado complexos, quem sabe livramo-nos deste insistente hábito da poesia. É perfeitamente possível viver com poucas palavras, o básico. De resto, podemos acenar sempre convictamente perante o interlocutor, em jeito de assentimento. Se concordamos, não há que discutir depois ou pedir justificações. Já disse que sim, que raio, que muitas outras coisas, leva tudo o que tu quiseres! Eu não cedo nem mais um vocábulo. Além disso, os seres palavrosos hão-de agradecer os espaços vagos para se apalavrarem, comprometerem até às estopinhas, e negarem tudo a seguir. Faça favor de tomar a palavra! Eu faço pouco uso e, assim como assim, a si faz-lhe mais falta.
Rejeitamos totalmente manias de: ser feliz, ser saudável, ter projecto.
Faça o favor de seguir. Já não há aqui nada para ver. Foi um choque. Não, meus senhores, não foi só chapa… É andar, é andar...
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