domingo, janeiro 22, 2006

"... e os dois morenos calaram os seus amores"

"Tristes por seus silêncios convidavam-se à uma para longos passeios na margem do rio, no bosque, na floresta; e os longos passeios davam-lhes apenas longos silêncios que lhes não consentiam sequer darem os braços. Nem se olhavam. Apenas ele, como mais velho, depois de longas horas mudas começava a dizer-lhe das estrelas bonitas. Ela respondia-lhe nas canções da água nas fontes".

Silêncios, José de Almada Negreiros