terça-feira, outubro 25, 2005

La Fontana Malata

Clof, clop, cloch,
clofete,
clopete,
cloquete,
chchchchch...
Sussurra
no pátio,
a fonte
doente;
que angústia
senti-la
tossir!
E tosse
que tosse,
um pouco
se cala,
de novo
que tosse.
Ó minha pobre,
ó fonte,
o mal
que tens
o peito
me oprime.
E cala,
não verte
mais nada,
não se ouve
rumor
nenhum...
Será...
Será
que está morta.
Que horror!
Ah, não!
Já volta
de novo
que tosse.
Clof, clop, cloch,
clofete,
clopete,
cloquete,
chchchchch...
A tísica
mata-a.
Meu Deus,
aquele seu
eterno
tossir
faz-me
sentir
que morro
entretanto!
Que coisa!
Mãe Zabel,
Vitória!
Acorram,
acudam,
à fonte,
que morro
c'o seu
eterno
tossir!
Oh venham,
arranjem
que for
que a faça
acabar,
quem sabe...
esticar!
Ai Virgem!
Jesus!
Truz-truz,
Catapruz!
Ó minha pobre,
Ó fonte
doente,
c'o mal
que tens,
acabas,
verás
que me matas
ainda,
Clof, clop, cloch,
clofete,
clopete,
cloquete,
chchchchch...

Aldo Pallazzeschi, La Fontana Malata (tradução de Jorge de Sena)